Na última quarta (29) comemoramos o dia internacional da dança, mas dessa vez foi um pouco diferente, já que estamos tendo que nos adaptar aos pequenos espaços para dançar. Não sei vocês, mas eu já perdi as contas de quantas vezes bati meu pé enquanto fazia grands battements derrière, bati o joelho no armário girando e recentemente vi um vídeo de um bailarino que quebrou o dedo da mão, pois subiu o braço em quinta e tinha um ventilador de teto… Eu diria que seria cômico se não fosse trágico.
Acredito que este dia da dança com nosso movimento limitado nos fez perceber o quão importante é a liberdade que a dança nos dá. Para mim foi um dia de choque, deitei no terraço do prédio, fechei os olhos e coloquei minha playlist para tocar, chorei igual a um neném. A dança é meu momento de conexão pessoal, e não consegui me encontrar no meio desse período ainda. Como artistas nós sentimos muito, minha mãe sempre diz que eu sou 8 ou 80, ou me dou inteiramente para algo, ou não faço. Não sei até que ponto isso é bom ou ruim, só sei que sentir demais dói, em uma quantidade que eu não queria que doesse.
Sabe quando dizem mente parada oficina do capeta? Então… Entrar na sexta semana sem sair de casa já está começando a me afetar, tenho tido muito tempo comigo (com meu computador e celular) e um pensamento que sempre me cercava começou a fazer morada nessa cabecinha que vos escreve. Precisamos falar sobre nossa insegurança.
Que o universo do ballet é perfeccionista a gente já sabe, quem nunca ficou sem postar uma foto porque o ângulo ficou en dedans que atire a primeira ponta… Nunca é o suficiente, até porque sempre temos algo para melhorar. Eu não acho que esse pensamento seja ruim, mas também não digo que ele é bom, entendem? Tá, vou tentar me explicar.
A insegurança surge de um fator: comparação. Nós nos comparamos o tempo todo. Mas existe um problema estrutural por trás disso que é: a confiança feminina pode ser (e é) muitas vezes confundida com arrogância. Quem nunca recebeu um elogio e se diminuiu ao respondê-lo? Um exemplo, “Menina, olha seu pernão nessa foto!” “É tudo ângulo, amiga. Não se engane”. Sério, qual é nosso problema em dizer “Obrigada” e aceitar sermos boas em algo?
Nós estamos aqui para te dizer que você não está sozinha nessa. Foi justamente pensando em elevar nossa autoestima que a Petipá surgiu, nós queremos dançar, queremos dançar lindas e com a convicção de que realmente estamos lindas. Se você se identificou um pouquinho comigo neste texto, sugiro ler “Eu não sou uma fraude”. Sei que pode parecer clichê, mas tenho certeza que muita gente passa ou já passou por isso que sentimos e
agora, mais do que nunca, é hora de nos fortalecermos. Queremos caminhar com você ❤
Acompanhe a Petipá e entenda nosso propósito maior: também expressaro seu amor pela dança usando roupas criativas e estiosas que dizem muito sobre quem você é, e o seu estilo de vida 🙂